Quanto mais te tenho, mais te quero,
Numa infindável sede da tua alma.
Se sinto e penso, sonho, ardo e espero,
Quando os maus ventos ou as marés calmas
Retardam o encontro deste novo mundo,
É que o profundo anseio do meu peito
Já não aceita pausa ou adiamento
Espera ardente o especial momento
De estar contigo tão profundamente
Que já não haja morte ou esquecimento,
Qualquer fronteira entre o que sinto e o que sentes,
Qualquer barreira ou véu que nos divida,
Ou que iluda, levando ao fim a vida,
Pois que não há fim na Vida verdadeira.
Se é nos teus olhos, sempre, que a minha alma
Pode encontrar-se e ver-se, refletida,
Se há só uma alma, por que há duas vidas?
Se há só uma vida, por que te perderia?
Envolto em véus, meu coração duvida,
Pois que não vê ainda, mas confia
Em que haverá o tempo, virá o dia
Em que verá tão clara e límpida a verdade,
Que bailará, repleto de alegria,
Que expressará, na mais pura poesia,
O teu mistério e o meu, na Unidade.
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