“Cada Momento de nossa vida
tem importância,
tem uma força histórica.
Jamais voltaremos a estar
como estivemos.” JAL.
Todo tempo não é mais que um mistério,
como fosse uma criptografia.
Como um jogo de revela-esconde
dos sinais que indicam a via
que conduz ao Segredo: aonde?
Onde foi que deixei, no caminho,
tantos rostos e gostos e ”eus”?
Ou será que o que sou se esqueceu,
Qual se a vida fosse estranho vinho?
Ou será que o que sou criou asas,
e deixou sua pálida casca,
e o que vejo de mim é só máscara
e o Ator já retorna à casa?
Quando o ágil vendaval do tempo
já me envolve e, à minha volta, assovia,
arrastando minhas vestes sombrias,
vejo mais do meu Corpo Real.
Mais um ciclo e mais um vendaval,
lá se vai mais um véu, novamente.
Talvez só uma pequena semente
Restará da tormenta final.
Já a sinto em meu peito, agora,
tensionando, buscando espaço.
Em meu rosto, já sinto seus traços
associados àqueles que o tempo
desenhou, com seu hábil compasso,
dando à obra o arremate essencial.
Pois quando o tempo circula, em suas eras,
Algo adormece e algo desperta ao sono.
Eis que o meu rosto já se tinge de outono
mas o meu peito explode em primaveras.
(*) Citrinitas é, no trabalho alquímico, a “Obra em Amarelo” que se segue à “Obra em Branco”, ou seja, a maturidade, a “velhice de alma” que ocorre quando se logra alguma purificação, e que nos aproxima da “Obra em Vermelho”, a espiritualidade. Nesse momento, em Citrinitas, se abre a “Cauda Pavonis”, a cauda do pavão, com todas as cores do Universo,e se descobre que tudo isso existe dentro de nós , assim como existe fora.
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