“É bom saber que a montanha possui um topo.
Melhor ainda é ter certeza de que sua bem-amada o quer ver ali amanhã.
Minha vida é apenas um conjunto de notas musicais
que seu coração transforma em melodia.
Que sejamos sempre capazes de viver
tudo o que há de sagrado em cada instante. “
Gibran Khalil Gibran
Houve, um dia, um homem grandioso,
Houve, um dia, uma dama tão pura...
Em ambos, plantou sua semente a poesia,
De ambos, a Musa dosou a mistura,
tecendo, com toda sua graça e perícia,
Os laços que unem criador e criatura.
Pois sabe a Musa que, sem a grandeza,
Buscar a pureza é estéril;
E sabe que, sem a pureza,
a ânsia do grande é obscura.
Pois sente que, sem haver terra,
a semente é só mistério;
E sente que, sem a semente,
nem terra nem vida perdura.
Era fonte de vida, essa dama,
Era terra gentil, generosa...
Buscou rosas, e nasceram... rosas,
Com sementes de terras distantes.
De terras do cedro imponente,
de sonhos que não houvera antes.
Khalil era o cavalheiro,
Mary era a dama gentil.
Ela, os seus sonhos nutriu,
Com seu amor verdadeiro.
Ela soube amar Khalil,
E entregou-se por inteiro.
Ela, que nada queria,
Ele, que ansiava o universo...
Ela, amor e energia,
Que ele traduzia em versos.
Ela o sonhava um gigante,
Ele a sentia sagrada.
A noite e a luz radiante
Enlaçam-se na alvorada.
Ela, noite de mistérios,
Serena e silenciosa.
Ele, esplendor etéreo,
Luz vertida em voz e prosa.
A magia que os envolve
É clarão que nos alcança;
Nem mesmo o tempo dissolve
A força de tal aliança.
É amor tão raro e puro,
Amor que se eleva a Deus...
Duas almas, que, unidas,
Transbordam a vida
e buscam os céus.
Ave, Mary, pois que tua pureza
Há de te fazer cheia de graça,
Graças a ti, eis que a beleza
Pôde brotar e encher nossas taças.
Ave, Mary, pois que certamente
O Senhor será também convosco,
Já que teu coração e tua mente
Mais que a Mary, voltaram-se a Deus.
És qual estrela, pois que os sonhos teus
Por teu amor, se erguem no azul profundo,
Pois o nobre sempre ascende aos céus,
E o denso desce e adere ao mundo.
Como a estrela que entrega o seu brilho
Sua energia como o combustível,
dando luz e calor aos seus filhos
E, ao se dar, nada de seu reserva,
A flor do Líbano, tão sensível,
Que se fez flor, mesmo em meio à erva,
Deve a ti o milagre da vida.
Tua amada flor, que, finalmente,
por nós será, também, tão querida,
Ainda que sejamos inconscientes
Desse mistério, belo e sutil...
De amar a terra ao amar sementes,
De amar a Mary ao amar Khalil.
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