Aos meus dois lares: terrestre e
celeste...
Personalidade
é coisa que adora lar.
Gosta
de sair, mas gosta ainda mais de chegar.
Descalça
os sapatos, pisa o chão,
cuida
das plantas do quintal dos fundos,
brinca
com o cão da casa,
relaxa,
respira, extravasa
e
se sente dona do mundo.
Se
é virtude ou comodismo,
quem
poderia julgar?
Só
sei que há uma variedade
de
saudade
que
não se sente em casa
no
lote tanto da rua tal.
Mas
sente alegria igual
ou
maior, quem saberá,
em
outro tipo de lar.
Quando
vê alguém crescer,
ser
fraterno, ter nobreza,
ou
quando vê flor sobre a mesa
e
ouve canção inspirada...
Ou
quando não vê nem ouve nada,
mas
vira para dentro e acha paz.
Quando
confere seus atos,
aqueles
diários, banais,
e
os acha puros...
Ou
quando conduz, pelo escuro,
alguém,
no rumo da luz...
Ah,
que os sapatos da alma
num
instante vão-se embora!
Ah,
que a alma lança fora
todo
o peso e adereço!
Lar
da alma não tem preço!
É
graça, espaço, expansão!
E
obriga à conclusão
que
não há melhor retorno,
que
não há melhor achado.
Se
a vida te sufoca
que
nem gravata apertada...
Se
cansa e machuca os pés,
é
bom ter calma, rapaz...
Conferir
o endereço
e
caminhar com cuidado,
pois
algo anda ao revés,
algo
anda pelo avesso,
e
tua alma, em rumo errado!
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