Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas




Vê: nesta caixa que ora mostro há uma pedra.
É joia única e preciosa, sem similar.
A caixa não tem aberturas,
não pode exibir sua alma pura,
mas sente que ela ali está.

O mais incrível é o quanto a caixa é consciente
deste tesouro especial que habita nela,
e, ainda sem ter aberturas ou janelas,
ela é consciente de que a pedra é fragmento
da Grande Pedra que há no Centro do Universo,
como a Beleza, ao transbordar, na vida, em versos,
como a Bondade, ao derramar-se em sentimentos...

A caixa honrará a missão de revelar,
transparecer o conteúdo em sua forma.
Seguindo a lei, o Dharma necessário, a norma,
faz instrumentos para urdir sua vestimenta,
e tece amor, discernimento e a justa ordem,
a boa fé, a precisão e o olhar atento.
Da aspereza de sua pele sem beleza,
alcança a cura, a tecitura, o ornamento.

A ação que a caixa executa é exemplar,
pois é um alerta, um sinal de despertar
para outras caixas, rumo ao próprio conteúdo:
o nome interno, sem igual, que expressa tudo
de precioso que, aqui, deve ser dito:
o mais sublime, o mais real... o mais bonito!

Sua meta é corresponder, estar à altura
da essência, sempre tão secreta e tão pura.
Só então, a vida lhe dará a marca, o selo
do bom invólucro e portador fiel,
merecedor de um tesouro assim tão belo.

E a marca se traduzirá ao bom leitor,
e a caixa há de nos expor este letreiro
que a grava na história e atesta seu valor,
de bom receptor, vitrine bem polida
que agrega à vida um segredo além da vida,
um segredo sem idades:
DIGNIDADE.

*
Vitriol: “Visita o interior da terra e, retificando-te, intuirás a oculta lápide.” A lápide, ou pedra filosofal, é um símbolo alquímico, assim como o próprio termo “Vitriol”.

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