Os homem sonha com o Filho de Deus
enfeitando tudo em volta,
comendo e bebendo à solta,
largando fogo de artifício...
Eu, cá, quieto, no meu ofício,
capiau cuidando o gado,
cigarro de paia de lado,
também tenho os sonhos meus.
Lembro pouquim das história
ouvida nos catecismo,
mas às vez, à noite, cismo
e sonho com o Filho de Deus.
Tenho pra mim que o Filho de Deus é um Vaqueiro,
Peão Valente, na montaria ataviado,
Gibão lustroso, toma as rédea e leva o gado,
que ruma sempre só pradonde Ele quer.
Voz de comando que amansa a boiada,
sossega o boi, que não se afasta da invernada,
mas marcha reto e peita sempre o que vier,
esquece o medo e cruza a brabeza do rio,
pois é tão firme a Sua destra no mister
que a sua rês desfila manso e macio.
Eu sonho o Filho de Deus feito Sol, no nascente,
tal qual um Vaqueiro valente,
posudo, soando o berrante,
no seu cavalo, empinado...
De seu ofício ciente:
tocar o gado e acordar a gente,
seu chamado marca o rumo
do vaqueiro forte e honrado.
Eu sonho um dia acordar e topar com o Vaqueiro
me desafiando e tomando a dianteira
pra uma empreitada que num existe outra igual...
Ah... nesse dia, capiau, queira ou não queira,
o povoado tenha enfeite ou tenha bandeira,
seja domingo ou em plena quarta-feira,
é nesse dia que, pra mim, vai ser Natal!
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