Senhores da Sobriedade,
da mais antiga Ciência:
de despertar, depurar
e elevar a consciência,
dai-me o dom da compreensão,
de ver que, se há luz em expansão,
há sombras, em sua companhia:
há mais sombra se a alma se ergue,
há mais noites se nascem mais dias.
Se hoje entendo melhor
das redes que há, tão precisas,
tecidas, sutis bastidores
da vida,
e a mente, a ordem pressente
e a vista, o mistério divisa,
suaviza-se o superficial,
e algo de imortal se expande,
tudo expande em proporção igual.
Senhores da intocável placidez,
que transformais em diamante a mente,
dai-nos o olhar que atravessa a noite
para avançar serena e silenciosamente.
Pois que, ao centro da espiral, do furacão,
das longas cristas do ancestral Dragão,
há um lago calmo como o dos contos,
sem tempestades ou dramas,
vindos da instável condição humana.
Lá, bem no Centro de nós, do mundo, um Ponto...
Lá, Meus Senhores, vos pressinto e vos encontro.
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