Para Regina Simone.
Tenho o fio em minhas mãos, busco entendê-lo,
apartado do original novelo,
cortado bruscamente.
E dançam vida e morte em minha mente
ao deslizar o desgastado fio
em mãos ansiosas e braços vazios,
como se algo deles fora arrancado.
Passado vago de significados
se limitado à mente e à emoção.
Mas me recuso veemente aos seus limites,
da pobre máscara sem cor e envelhecida.
Sensível ao convite da Vida,
acima, onde há luz e ar puro,
acima, onde existe futuro
e ao Centro, onde existe Verdade,
aos pés do Senhor da Unidade,
local sólido e real,
relativizo o mal
e já diviso
as fronteiras além da ilusão,
além da mente, rumo ao centro-coração,
ao forno alquímico que extrai o permanente
e que transmuta em Confiança toda a dor.
E o ser humano, sofredor confuso,
devolvendo o fio ao seu fuso,
dá à luz ao sóbrio servidor do Dharma.
Dessa ciência, extrai ele as suas armas
e das vivências, a sua identidade,
da dor à ação, do vazio à Vontade,
do quadro frio da criação ao Criador.
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