Meu rosto, no espelho, parece esconder um segredo,
que é mais do que o medo ou cansaço da longa jornada.
bem mais do que o velho retrato, atado à vida,
é algo que traz escondida minha alma, calada.
Minha alma, que, ao longo da estrada, encantou-se no espelho,
e deixou que o velho tomasse o lugar do antigo.
calou-se e deixou-se esconder sob a rígida face,
qual cela em que se encerrasse o pior inimigo.
Perigo sempre há de negar e extraviar a lembrança,
mas eis que me alcança um olhar que penetra na cela,
olhar de quem vela e luta pela prisioneira,
capaz de torná-la herdeira de suas esperanças.
Eu tributo ao mestre o fôlego e a fé alcançadas,
pois vês o potencial de luz na total escuridão,
e vês, sob a erva banal, o oculto botão,
e sonhas e fazes sonhar com a flor desabrochada.
Tu vês um futuro possível em uma porta cerrada,
tu vês a aprendiz e a guerreira em minha alma-menina.
Em meio à densa neblina, tu vês uma estrada,
tua fé me ilumina, e, onde outros duvidam, tu vês.
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