Às Musas, que tanto amo,
sou grata de toda a alma.
Ao ver, no azul, a prata
que brilha nas noites calmas,
sou grata, mil vezes grata,
pois olhos são dons divinos.
Não nascem em nós; despertam,
qual despertam doces anjos
ao som de distantes sinos.
Às Musas, que meus olhos abrem,
que sabem, e só elas sabem
combinar corpo e canção,
e recitam suas receitas
de chegar ao coração,
eu peço que ouçam meu canto,
meu mudo cantar sem palavras,
pois vossas são as palavras
que anseio em expressar.
Dai-me voz, Damas Celestes,
tornai puro o coração,
pois que, ao pisar o chão,
não sujeis as vossas vestes.
Concedei –me a visão
de vosso reino, não mais...
Dai-me a paz, o passaporte
da mais plena e pura calma,
por deixar o adormecer
e alcançar, no azul do Ser,
ver estrelas em minha Alma.
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