Sei que não sou a hierática e sutil dama
Que jamais sofre ou chora.
Talvez não seja o referencial perfeito
Que necessitarias tanto encontrar.
Mas, sabe, algo aprendi, dia após dia...
Por exemplo, onde ir buscar a alegria
Mesmo em meio a mil lágrimas
E posso te ensinar!
Claro, eu não sou aquela dama que irradia
autocontrole o tempo todo, e tanta paz...
Mas aprendi, com esforço, noite após noite,
Como é que a noite se faz:
Basta virar as costas para o Sol...
E esquecer, por um momento, de quem sou,
o que não deves te esquecer jamais...
Posso te ajudar!
Sim, sei que eu não encontrei ainda a chave
do mistério da vida,
E que, por vezes, tanto tenho me detido
Ante uma porta fechada.
Mas, de jamais arrefecer, sei o segredo,
E se quiseres, tentarei também contigo.
Basta bater uma e mil vezes
E, um dia, se abrirá; não tenhas medo!
E sei, do pouco que aprendi, compartilhar:
O dom de, em meio a um mar de dor, não naufragar,
Se necessário, tatear no escuro e
jamais perder as esperanças no futuro.
Saber que sei sempre tão pouco e, por fim,
Não perder a fé na vida,
Não perder a fé em mim.
Se queres, a esperança que possuo é vasta,
Pode ser dividida.
E posso te dar.
E, ainda que não haja certeza no que faço
E tanta luz no que digo,
Há, em mim, fibra, e um coração que insiste,
um sonho que não morre, ainda que, às vezes, algo triste,
e posso sempre dividir tudo contigo!
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