Não há em ti, é mais que certo, outro espelho,
tão fiel ao portador,
em suas opacidades e em seus brilhos,
que a tua dor.
Mostra o teu rosto, com suas marcas, cicatrizes,
teu rio em curso, tuas nascentes, tuas matrizes,
sempre bem mais preciso e mais profundo
que qualquer outra projeção que haja, no mundo.
Tua dor mapeia, exatos, teus limites
para que os busques
ou os evites.
Expõe princípios, esmiúça os teus vícios,
centro e diâmetro de tua circunferência,
que buscas mensurar, desde os inícios.
A dor que segue à explosão de um dia,
como uma fuga segue a uma melodia,
demarca o espaço e o palco para tua ação.
Se feres algo, feres sempre a ti mesmo...
Em todo agir desconcentrado, a esmo,
é sobre o centro que incide a colisão.
Mas, quando vêm os luminosos dias
que o Centro-Sol chega aos limites e irradia
em cada ponto da circunferência...
Ah! Nestes dias, sabes pelo que existes...
Em algum lugar, tomas assento e assistes
à grande diva em estrelato: a tua essência.
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