Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas

Algo em mim ama os Mistérios
qual mariposa ama a luz
e busca, incansável, esta luz,
tão tenaz e persistente,
inebriada em seu brilho,
Insistindo em tocá-la,
sonhando em fundir-se com ela,
rondando-a ciclicamente.

Em meio a seres de maior grandeza,
há que lembrar da simples mariposa,
esta que queima suas frágeis asas,
esta que cega sua visão incipiente
e que, por vezes, vai ao chão, extenuada,
retoma o fôlego e arremete novamente.

Mas o inseto também guarda seus segredos:
sabe que, um dia, seu fascínio imprudente
vai reduzi-lo a cinzas, tarde ou cedo.
Mas, dessas cinzas, ela nascerá de novo,
qual fosse um fênix de asas transparentes.

E onde quer que renasça a mariposa,
há de elevar o seu recém-nascido olhar,
e, em seu primeiro vôo, há de buscar
de novo a luz, reavivando o pacto antigo,
a mesma chama, mesmo ígneo perigo,
cruzando o tempo numa longa espiral
de asas e cinzas, rumo à fusão final
da mariposa em luz, seu tão sonhado abrigo.

Tu, que optaste por portar a Luz,
saibas que é o teu destino este séquito:
com alma intensa e corpo frágil, estranho inseto,
pois que tu sonhas como ele, só com luz,
e compartilhas de sua busca obstinada,
e compreendes os mistérios desta meta,
fatal, sutil e intensamente desejada.
Tu, que gravaste em tua alma a própria chama,
esta que arde em ti, e sempre em ti reclama
pela fusão, pela missão final cumprida,
pela União que há de libertar a Vida.

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