Ouve, minha dor:
já não é teu tempo!
Lágrimas pesam
E salgam o caminho.
Basta, meu sangue,
De ferver e pulsar!
Não há álcool em ti!
Não nasceste para vinho.
Preciso urgentemente de Vazio...
Sinto saudades ardentes do frio,
Deserto noturno e nublado,
Vaga paisagem, repleta de Nada
Em todas as direções...
Pois até as estrelas incomodam
Quando são outras estrelas
As que necessito encontrar.
Já descobri que não sou grande nem pequena...
Penso que Sou, apenas...
Ou nem sequer isso?
Preciso ver essa certeza adquirida
Antes de outro compromisso
Qualquer, que possa haver com a Vida.
Basta das buscas febris, das correrias,
E da saudade interna, dia a dia,
Desse tal Ser, que eu nem sei se É,
Mas, se não for, terá que vir a Ser
E sem espera, a partir de Agora.
Um Ser sem pele, sem posses,
Que nunca arde nem anseia,
Que nunca sofre nem chora,
Que apenas Vê
E conta para mim
Para que eu diga esta palavra ao mundo.
Se não for esta a Palavra, que seja nada,
Que seja sóbria solidão calada
E só silêncio abissal, profundo.
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