Ante minha alma, essa confiança empenho.
Como um guerreiro que depõe suas armas,
Aos pés do Dharma e do Mistério, eis o que tenho.
Se pouco ou muito, é relativo e pouco importa,
Importa pouco o nome sob o qual eu vivo,
Nomes que a tantos só mantêm cativos
de nomes vivos e esperanças mortas.
Importa muito o Nome ante o qual eu venho,
Nome impossível de expressar em língua morta,
Nome deserto de conceitos e limites,
Claro Oceano, luminoso e ermo
Que põe um termo ao caminhar humano.
Suave canção que, no silêncio, a alma entoa,
Suave convite a atravessar o umbral, a porta,
Desvencilhando o que pesa do que voa,
E libertando a alma do homem de seu nome,
Fazendo-a célula do Mistério e da Lei.
Se algo valesse o que sou e o que sei,
Eu te diria agora: entrega o teu nome.
Entrega a máscara em nome do que és,
e espera em paz a luz que vem tocar teu rosto,
a luz da Lei que te coroa, em tua luta.
Faze-o agora, antes que a noite se acentue,
E obstrua o ímpeto da alvorada.
E então, em paz, sem dissidências ou disputas,
Desfruta o gosto de ser Todo, e não ser nada.
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