Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas

A Michel Echenique.

E sobre os degraus da angústia e da dor eu me ergo,
e é tua a imagem que me arranca ao chão, oh, Senhor.
Relembro tua imagem, reúno coragem e me ergo,
de pé sobre os frios degraus da angústia e da dor.
Marcado em meu peito o Brasão do Senhor a quem sirvo,
é tua a memória que sempre caminha ao meu lado.
E, ainda que andando em outro mundo, não estarei sozinha,
minha alma caminha serena ao ouvir teu chamado.
Há algo que brilha ao longe e nos chama para casa,
tua voz soa em minha lembrança e me faz criar asas,
tua imagem desenha em meu peito um crisol de esperanças.

Já que insuflaste, em minha vida, a brisa fresca
que me livrou da mais cruel asfixia,
já que tirastes de ti a energia
para erguer-me e manter-me na trilha.
Já que fizestes de mim a tua filha,
que é, das marcas que trago, a mais honrosa,
destilarei de minha alma um doce aroma
para brindar-te com a mais rara e bela rosa:
eis uma alma que se abre e se reeencontra
na luz solar que a alimenta e justifica.
O amor à luz, enfim, não mais, é só o que conta,
e ouvir tua voz, de tudo, então, é só o que fica.
De resto, é só entrega, é só segredo,
imergir diariamente no mistério
e retornar, livre de toda dor e medo.
E tua lembrança é o que de mais caro me sobra;
toma para ti minhas mais nobres esperanças,
toma meus braços no serviço de tua obra.

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