Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas



Para Luciana Salgado.

Hoje, eu queria te presentear meus cisnes,
simples, em plástico ou em porcelana,
apenas mimos,
alguns antigos.
Acostumados a compartilhar meus sonhos
no criado mudo
da minha cama...
Por tantos anos, companheiros e amigos.

Só um “agrado”, sem motivos especiais:
não mais que presentear com sonhos, desafios...
Para que os cisnes te ensinem sobre os fios
que enlaçam a Vida e afloram em símbolos-portais.

Não faça deles admiração passiva,
que se reduz a passatempo ineficaz.
Faz com que o símbolo, em ti, se agite e viva.
Teu nome interno seja um Cisne, nada mais...

Busca entender o imponderável, o abismo
entre um instante à imagem de um cisne
e um instante à imagem de um ser qualquer.

Percebe o gesto precioso, a precisão,
e, mais que isso, quase o cerimonial
em cada breve movimento.
Sente o diálogo sutil com a água e o vento...
Vê que tudo isso é possível, é real.

Nada se exclui, pois que a cena é Una e bela,
como se os deuses conduzissem o espetáculo,
que surpreende quem o vê, puro e sem máculas,
como quem vê nascer o sol, de uma janela....

A viciosa concessão ao feio e ao fácil
que mima o cômodo e o banal, com seus afagos,
contrasta às Leis dos Céus, deslizando num lago,
em cada pluma e em cada arfar, sem falha alguma.

Move tua mão, agora mesmo, ante teu rosto,
e busca produzir com ela algo igual!
Segue, em teu peito, o rastro do ato perfeito,
expressa o Cisne, aspira à Arte imortal!

Fecha teus olhos por um instante e tateia
os cisnes-passaportes  que te presenteio,
sente o Mistério que há, oculto, em tudo isso...

Reais são o Belo, o Ideal, os Sentimentos...
e há um portal para alcançá-los num momento!
Já tens a Meta em construção, e o Compromisso.


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