Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas


Em elevadas muralhas, altivo,
vê-se o nobre e heroico troiano...
Eixo estável, tão firme e humano
tão digno, entre as paixões desta guerra...
Se outros tremem, em ânsia ou dor,
ou se outros há que renegam a sua terra,
quão pouco isso importa a Heitor...

É sentinela leal, silenciosa
do mais sincero e veraz sentimento,
guardião atento e servidor severo:
solidez da aceitação
da humana pequenez
e de sua árdua missão,
solene e sóbrio, sem ódio ou lamentos.

Que brilho falso abalará Heitor?
Que afeta a ele se os filhos dos deuses
lutam raivosos ou jogam, levianos?
Que importa a ele se oscilam e hesitam
tantos instáveis corações humanos?
Que importa ainda se os próprios Deuses
parecem omissos aos olhos da terra?

Sereno e justo na paz
e imperturbável na dor,
de trama ou traição, incapaz,
ou de hesitar pelos seus,
muralha altiva de amor
portal ao mais puro dos Céus
assim é teu peito, Heitor.

Seriam brigadas de honra criadas
se os homens sempre lembrassem teu nome...
E quantos Páris seriam perdoados,
e a redenção dada a quantos troianos
ao penetrar nessa fonte infindável,
o puro e nobre coração humano,
que é tua pátria, jamais invadida...

Ainda quando o mais feroz ardor
roube tua vida,
ainda quando o mais astuto ardil
tua terra invada,
já nem o ardor, nem o ardil, nem mais nada,
nada é potente contra o monumento
tão sólido e tão sublime, teu peito...

Tu és o filho da terra, perfeito
Para a história, és o áureo momento,
para esta terra, és o divino fruto.

Teu nome há de alimentar a fé no Homem...
Tua vida em nós sempre será luz e alento,
Tua morte em nós sempre será sombrio luto.

0 comentários:

Postar um comentário

Publicações

Seguidores

Músicas