Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas



Nada há demais em um voo de avião
exceto este momento
de preparar e arremeter;
com força e fúria, da terra, se erguer,
desafiar o céu, correr junto com o vento.

Momento forte, simbólico momento:
enquanto o corpo humano, inerte, quer deter,
com seu ínfimo tamanho,
o impulso e o voo da arrojada ave,
há algo íntimo que inclina para a frente
e quer também voar,
como se fosse, ele igualmente, aérea nave.

Impensável ave prateada,
pesada, enorme, atrevida,
com sede insaciável de vida
em outra altitude...

Não se deve esquecer que o teu impulso é filho
de altivos sonhos humanos.
Tiveste pais de corpos pequenos,
mas de sonhos enormes e arcanos,
milenares... Talvez atemporais.

Se o termo “arcano” vem da antiga “arca”,
a qual encarnas, em tempos modernos,
és também filho da celestial barca,
a caravela de ancestrais navegações,
tão verticais em trajetória e aspirações,
que, tantas vezes, escreveu história...

Percebo em mim o ardor de navegantes,
saudades de fúrias e tempestades,
de ancorar sempre em novos horizontes.

A garra de desbravador
adormecida pelo gosto adocicado
de um planejado “serviço de bordo”,
proposital, aliciador,
desperta ainda, e viaja ao teu lado!

Em tuas entranhas, eu durmo,
enquanto tu voas,
indo daqui para lá,
a esmo, à toa,
pois teu piloto, “automático”,
só cumpre a rota traçada, e nada mais.

Um dia, também voarei, ave ousada,
e não serei mais tão inerte e “pesada”,
nem me amarrarei a cadeiras.
Com força, eu desdobrarei minhas asas,
de fênix, surgida de brasas
de sonhos ardentes.

E o meu voo, um tanto louco, um tanto etéreo,
há de criar intenso “tráfego aéreo”.
Sobre esta terra e suas adormecidas gentes,
hei de atear o fogo e a febre por voar....

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