Mil vozes dentro de mim,
e eu disse não.
Mil forças à minha volta, um furacão,
e eu logrei sustentar o meu lugar.
Senti-me como um pilar
que escolhe, calmo, onde fixar suas
bases,
seus fundamentos, sua fundação.
A folha solta rodopiava à minha
volta,
pobre escrava do vento,
e assoviava, inconsciente, em
movimento:
“Como sou livre!”
Enquanto eu ousei atar-me ao mastro
do que creio
em meio à voz das sereias que cantam
encantadoramente.
Quando quis mover-me, me movi,
na direção e tempo que escolhi;
já não ventava,
ou, se ventava,
pouco ou nada me afetou ou percebi.
Refleti longamente
sobre meus sonhos e sobre meu destino
sem ser levado pelos ventos da minha
mente.
E só então busquei caminhar
livremente
como um menino.
Vieram as tormentas de emoções
e eu escolhi estar sereno.
Vieram as ofertas da estação,
e eu escolhi o sabor mais raro.
Vieram as vozes, sonoras ilusões,
e eu vi tão claro que é possível estar
sozinho.
Vieram cores, luzes, opções,
e eu escolhi estar em um ninho,
em meu próprio coração.
E, curioso, ao mergulhar nele,
profundo,
cheguei diante do portal de um mundo
repleto de Vida
e nele vivi,
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