Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas

Já se viu falar, seu moço,

de quem diz como puxa o arado,

de quem ensina a tocar o gado...

Mas quem diz pra onde tocar a vida?

Tem carência ou tô errado?



Sabe lá dizer, seu moço,

se a foice afiada da lida,

só faz por maldade a ferida,

rasga a carne e mostra o osso?

Ou é coisa já entendida?



Faz favor dizer, seu moço,

se as noite que vou matutando,

ruminando, mascando meu mato,

é noite ganha ou perdida?

Se conta, nas conta da vida?



Mas pense e me diga, seu moço,

se o lombo, marcado de canga,

sem sonho, só soldo e comida,

faz marca nas senda da vida

ou é só baruio e alvoroço?



Diz proaí que o amor é grande, seu moço...

Sei quais nada de sentimento...

Em menos que o cabra, danado,

tome tino, tome tento,

tome as rédea ao pensamento

e num pense qual menino

que quer o balão de vento,

e quando ele vai simbora,

chora e arenga com o destino.



Se diz tanta coisa, seu moço,

nesse mundão de Deus meu...

E eu, caçando meu rumo,

tomando do meu chapéu,

vou cruzando sol, de dia,

mas, noitinha, busco o céu,

cheio d’estrela que alumia,

pra ver se alumia as idéia

desse matuto tinhoso,

que estica seus dedo de prosa,

buscando os dedo de Deus...



1 comentários:

Que lindo, Lúcia!

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