Suave espiral que cerca o eixo dos Mistérios,
convicção que exala senso e sentimentos,
certeza sólida, mas sempre em movimento
suave e etéreo,
que abre trilhas infindáveis pelo chão,
demarca o Dharma e traz a esta dimensão
a trilha estável e sempre móvel do Mistério.
Posse tão plena de si mesmo, autonomia...
De que outra forma ocorreria o movimento
de quem mergulha além do tempo e logo cria
cada momento?
Serenidade é achar em nós a solidez
Sobre a qual nosso Eu Superior se assenta:
Um prisma, que nos mostra um ângulo por vez...
Como saber denominar ao Deus interno
vendo uma face com que o Uno se apresenta,
o raio que ora vês, e não o Deus Paterno?
O Raio audaz do Deus nos mede, sempre em guarda,
por nossa garra, e o seu nome Ele concede
sua Vontade, ao que a coragem falha e tarda...
A Face em véus, do Amor, mostra a vitalidade
e ensina a semear, nos campos da bondade,
àquele que seu coração ainda ignora...
O Raio da Inteligência, incisivo,
brinda seus votos ao mortal atento e ativo
que esculpe em si o seu futuro desde agora...
Segredo herdado desde os mais remotos céus:
quando meu nome encobre e cala o real Nome,
e nega a sua própria honra, e se consome,
eu posso silenciar meu nome, e abrir-me ao Deus...
Abstrair do meu reflexo repentino,
com seus apelos e ânsias por afirmação...
sempre que o Dharma exigir minha atuação,
no palco, posso invocar rostos divinos...
Sei que inda hei de ver Aquele que é Sem Rosto...
Mas, até lá, eu manterei firme o meu posto
de interpretar, na minha dimensão do tempo,
a insondável e inspiradora Investidura...
Quando meu corpo for flexível, e a alma, pura,
o rosto interno há de aflorar, em minha face,
com os traços que desenha a Lei, na eternidade...
Então, sem mais enganos e sem mais disfarces,
minha alma, íntegra, sem tempos e sem grades,
sem divisões, males e bens, tão mais além,
há de exalar a suave luz: Serenidade.
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