Dá-me tua Voz, oh Musa, e o teu Canto,
pois da pior mudez é que padeço,
mudez do que diz pouco e fala tanto,
pois sei que a voz preciosa possui preço
e que nem sempre posso resgatá-lo.
Ouço o teu canto e expresso o que mereço,
e o Sagrado Verbo, não o falo.
Pressinto o som sublime, e o lábio é mudo,
embora sinta tua Voz em tudo,
e com ela sonhe em longa madrugada.
Tua Voz na mente está; nos lábios, nada...
só o vazio do cantar sem poesia,
sem alquimia ou vida renovada...
E, se não há Beleza, não há Dia...
Tem piedade, Dama, a noite é erma,
E, muda e sem luz, a alma é enferma.
Que ela se cure com teus Dons, e se levante,
e se depurem os sons, e os sonhos cantem.
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