Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas

De algum lugar chegou a Voz que me tocou...
Uma voz doce... uma visão, para mim, dura...
palavras sobre a Culpa, sombra escura
pesado fardo a caminhar sempre comigo,
um “amigável” companheiro e inimigo,
sempre espreitando à distância de um passo.

Ela mostrou, a Voz, que as sombras são
os personagens da minha própria história,
os que desfilam, na memória, em procissão,
todos julgados, e mais tarde, “etiquetados”,
com suas sentenças, impiedosa esta prisão
à qual eu tenho, muito mais que aos demais,
a mim mesma condenado.

Hoje percebo que, decerto, foi tão pouco
que eu tentei amar os homens, por seus atos,
e não por Algo que eles são; por meros fatos
que o tempo gera e abandona para trás.
Penso que, amá-los, mesmo, não tentei jamais!

Hoje, no dia em que essa Voz me fez ouvir
a outra voz que vive em mim, a voz contida,
consigo vê-los, enfim...ver suas vidas...
Sei que carrascos não se fazem necessários,
pois, torturá-los, já o fazem os vários vícios...
como cãezinhos entre  fogos de artifício,
atordoados pela ignorância,
afogados na dor e na ânsia,
presas de uma tardia infância
que não souberam viver nem superar.
Na distância intransponível de seu próprio coração,
na solidão,
joguetes nas mãos de forcas cegas...
Que bem lhes traz mais uma acusadora voz,
mais um algoz?

Meu Deus, como me dói fundo essa Voz,
como sou grata por ela,
pois algo em mim, ainda que Dor, enfim, é grande,
pois algo em mim, ainda que lágrima, é bela.
Se eu já soubesse que essa dor é porque arde
a chama densa dessa Voz, chama sagrada,
que cedo ou tarde, falará por mim!
Mas eis que hoje, em meio a esta madrugada,
luminosa madrugada,
ouço-a, enfim.
E reconheço que a dor é um preço,
e não tão alto,
pois que me arma para ir, de “assalto”,
tomar espaços, expandir a consciência...
buscar provar de uma nova Ciência:
Redenção.

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