Hoje,
a morte segurou meu braço
e me
afastou do meu pequeno eu.
E ali
ficamos, então, há alguns passos,
apreciando
seu mundo, seus espaços,
vendo
através dos véus da falsa
identidade...
E
rimos nós, a riso solto, na verdade,
ao
vê-lo assim, pequeno e arisco predador,
tal
qual um pequeno castor...
Tudo
aquilo em que se foca
leva
para a sua toca, avidamente:
troncos
e galhos, frutos e sementes
com
que represa e cerca seu pequeno mundo
e
nada vê, e nada lhe interessa ou choca,
senão
o útil ou hostil à sua toca.
Findo
o seu tempo, instante pouco duradouro,
a
morte há de dispersar o seu tesouro,
rapidamente.
Levou-me
então, a Morte, aos jardins da Vida,
onde
ela não se encontra dividida
ou
represada em diques de castor...
Livre
de laços, de proprietários,
de
seus caprichos e anseios vários,
e de
seu preço em solidão e dor...
Não
recortada em nomes e endereços,
Não
mais atada a posses de um dia,
vazia
em vozes que não têm mensagens,
e
decorada em cores e acordes
afins,
onde
o cansaço encontra a Grande Paz,
onde
os princípios desembocam nos seus fins,
onde
a impotência encontra o “nunca mais”...
E o
Grande Fardo jaz, enfim, junto aos confins
da
ilusão superada.
E
todo o medo se dissolve em nada,
definitivamente.
0 comentários:
Postar um comentário