Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas


Hoje, a morte segurou meu braço
e me afastou do meu pequeno eu.
E ali ficamos, então, há alguns passos,
apreciando seu mundo, seus espaços,
vendo através  dos véus da falsa identidade...
E rimos nós, a riso solto, na verdade,
ao vê-lo assim, pequeno e arisco predador,
tal qual um pequeno castor...

Tudo aquilo em que se foca
leva para a sua toca, avidamente:
troncos e galhos, frutos e sementes
com que represa e cerca seu pequeno mundo
e nada vê, e nada lhe interessa ou choca,
senão o útil ou hostil à sua toca.
Findo o seu tempo, instante pouco duradouro,
a morte há de dispersar o seu tesouro,
rapidamente.

Levou-me então, a Morte, aos jardins da Vida,
onde ela não se encontra dividida
ou represada em diques de castor...
Livre de laços, de proprietários,
de seus caprichos e anseios vários,
e de seu preço em solidão e dor...

Não recortada em nomes e endereços,
Não mais atada a posses de um dia,
vazia em vozes que não têm mensagens,
e decorada  em cores e acordes afins,
onde o cansaço encontra a Grande Paz,
onde os princípios desembocam nos seus fins,
onde a impotência encontra o “nunca mais”...
E o Grande Fardo jaz, enfim, junto aos confins
da ilusão superada.
E todo o medo se dissolve em nada,

definitivamente.

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