Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas

Pobre homem preso,
inerte e envolvido
por um espesso cortinado,
cinzento manto
que marca os limites de seu mundo.

Pobre homem só,
tão frágil e oscilante,
reflete, qual um espelho,
o cinza que há à sua volta
no que pensa e no que sente.

Pobre homem que crê
que o homem é só foz e não fonte,
onde desemboca o cinza
e não nasce o luminoso
e nem germina o brilhante.

Colorido pelo meio,
sentido ao invés de sentir,
pensado ao invés de pensar,
jamais ousa imaginar
que a cortina, sua muralha,
é só tênue e efêmero tecido.

Quem ousa dizer ao homem-cinza
que há cor atrás da cortina?

Não! contesta, de pronto,
nosso opaco semi-homem,
ávido em defender
sua pálida meia-vida.

Não! ecoa em uníssono
uma multidão cinzenta,
patética, padronizada,
para quem ecoar é mais fácil que escolher.

Respondem, ecoam e dão as costas
para a vida por trás da cortina,
e voltam a lutar entre si por migalhas
e voltam a trocar entre si sentimentos
sombrios e cinzentos.

Graças dão, os homens despertos,
porque a verdade nada deve à opinião da humanidade
e, por muitos que sejam os homens-cinza,
explode em luz e cor a Vida,
rompendo todos os limites,
rasgando todas as cortinas
daqueles que a querem ver.

Graças damos nós ao Universo,
pois existem, enfim, homens despertos,
e nem tudo está cinza e perdido.

0 comentários:

Postar um comentário

Publicações

Seguidores

Músicas