Unir os homens, conviver com os homens,
tarefa quase impossível, mas talvez
não haja vida válida ou real
senão para quem ousou tentá-lo ou quem o fez.
Fugir dos homens, será isso a paz ?
deixar para trás todo cansaço e ruído,
buscar um espaço, nalgum canto deste mundo,
onde o silêncio é absoluto aos sentidos...
Então invento uma canção, na minha mente,
em uma busca intuitiva de harmonia.
Algo sereno ou suave, simplesmente,
a paz sonhada, agora expressa em melodia.
E imagino notas
diversas, no espaço, soltas,
que se combinam, buscando unidade...
De novo a busca da Unidade, agora em notas!
será realmente
que o que acalma é o mesmo que esgota?
Que tal tentar ouvir, na minha mente,
a melodia humana
e crer possível entoá-la, um dia?
Ou só lembrar da voz dos que a ouviram
da vida dos que a viveram
e avançar, com confiança, o caminho reto?
Que tal calar, mas calar por completo
a multidão mental desordenada,
tornar retiro silencioso este lugar,
não permitir que nele, agora, entre mais nada.
Então, atenta, arrumar a casa,
limpar os pés da minha mente e dar-lhe asas
e atingir um grau tão grande de harmonia
que, mesma plena, ela pareça vazia.
Então, sair, em meio a muitos, vendo Um;
em meio a contas espalhadas, com um fio;
pausar o surdo som com o alto silêncio,
preencher a multidão com o Vazio,
Propagar paz sem roupas brancas, de almas brancas,
a paz ativa da vitória da Unidade.
Não paz de fuga, paz de entrega e de conquista
de quem propaga porque é, e contagia...
E tanta luz gerar, que há de vir o Dia.
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