Poesia para despertar Sophia

Poemas inspirados em vivências filosóficas

A todos os que anseiam por eternidade.




Repousa o Semideus, o Grandioso Rei, em sua cidade...

Não vê que há limites, pois que é cego ante o que é pequeno.

O que ao Deus é doce, já para o homem, é qual veneno,

pois há que depurar sempre o paladar da humanidade.



Os Deuses o conhecem, e, com piedade, logo interferem,

semeando, na floresta, o que será seu amigo e irmão:

grandioso, mas mortal; do que é mortal, será guardião,

amante da floresta e inimigo dos que a ferem.



As feras dos dois mundos, terra e céu, os dois logo abatem,

são grandes os seus feitos, mas, eis que, um dia, o ciclo encerra,

pois nesta hora a morte lhes proporá um novo combate.

Em comoção geral, o irmão mortal jaz sobre sua terra.



Vencido pela dor, vejo o grande Rei, já prostrado e triste...

Reúne suas armas e se encaminha rumo à Verdade.

Desencantado, enfim, de tudo aquilo que aqui existe,

procura o Imortal, o que atingiu a eternidade.



O vencedor do tempo é um ancião, de terra distante...

Além do mar da morte, abriga o Rei, e o desafia:

desperto, em sete noites, há de saber da arca triunfante,

que cruzou o dilúvio e encontrou sua moradia.



Cansado da jornada, ele adormece e perde a história...

Acorda, condenado à vida e à morte, até que, um dia,

enfim, sobre seu corpo, sobre sua alma e sua memória,

esteja então selada sua completa soberania.





E volta o Rei à terra, já esquecendo sua aventura...

Ei-lo a erguer muralhas, sem se lembrar do que mais importa:

vencer monstros em si, conquistando a posse da alma pura,

e recordar quem é, e guiar seus passos à Eterna Porta.

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