Veias azuis vejo florescer em minha pele,
sinalizando o intenso trânsito do tempo...
Talvez cansaço, talvez a monotonia,
sangue fluindo sempre pelas mesmas vias.
Sem amargura o vejo, e até com alegria,
neste colóquio matinal com o tempo-artista,
pois não só trilhas ele traça ante a minha vista:
deixa escrituras em azul caligrafia.
Algo aprendi daquela magna ciência:
meu sangue cumpre seu trajeto em mesmas vias,
mas não o faz assim a minha consciência.
Esta desbrava estradas numa terra nova,
e se renova na instigante aventura,
qual água, canta e chora pelas pedras/provas,
decanta o pó, decora a vida e se depura.
Olho minha pele, fina e sempre mais riscada
por suas complexas e azuis sendas e estradas,
e afago o tempo, com doçura e gratidão,
pois tem passado sobre mim, mas não em vão.
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